Outros nomes da terapia:
Lutécio-177, PRRT
Duração média de permanência do paciente no serviço:
Não é necessária internação. O tratamento é feito ambulatorialmente no dia agendado.
Informativo sobre a terapia:
Apresentando expressiva afinidade pelos tumores neuroendócrinos
(TNE), o Octreotato-DOTA177Lutécio é uma terapia relativamente recente
dentro da área da medicina nuclear. Os TNE compreendem tipos de
cânceres incomuns, acometendo diversos órgãos e sistemas como, por
exemplo, tireoide (carcinoma medular da tireoide), intestino delgado,
apêndice, intestino grosso, pâncreas e pulmão.
A Medicina Nuclear vem se destacando como uma nova e promissora
opção terapêutica. Análogos de somatostatina (octreotato) marcados
com material radioativo (177Lutécio) são capazes de se ligar
especificamente aos receptores tumorais e, consequentemente,
possibilitar um tratamento alvo, com poucos e auto-limitados efeitos
colaterais. É indicado em diversos estágios da doença, onde a
ressecção cirúrgica não está indicada, antes ou após o uso de
outras modalidades terapêuticas (ex: quimioterapia).
A terapia com o Octreotato-DOTA177Lutécio tem como principais objetivos
a estabilização da doença, a redução do volume e da função
tumoral, melhora dos sintomas e da qualidade de vida. Antes de iniciar o
tratamento o paciente deve realizar uma consulta de avaliação pelo
médico nuclear, que o acompanhará durante todo o período de terapia.
Vale ressaltar, como descrito nas diretrizes da Sociedade Brasileira
de Medicina Nuclear, que o tratamento pode ser feito ambulatorialmente e
que não requer necessidade de internação hospitalar, exceto em
pacientes com comorbidades de risco associadas, nos quais a própria
indicação ao tratamento deverá ser analisada com cautela. Em cada
ciclo, o paciente permanece na clínica apenas durante o dia (day
clinic), onde é monitorado por médico especialista e enfermeiro
durante a infusão da medicação. A Clínica de Medicina Nuclear
Villela Pedras oferece o tratamento com 177Lutécio, realizado por
médicos nucleares capacitados e que participaram da atitude pioneira de
implantação desta terapia no Instituto Nacional do Câncer - INCA.
• Indicações: A terapia com
Octreotato-DOTA177Lutécio está indicada em pacientes com tumores
neuroendócrinos e, eventualmente, tumores não-neuroendócrinos, com
expressão significativa de receptores da somatostatina subtipo 2,
evidenciada pela cintilografia ou PET com análogo da somatostatina.
• Estudos recentes têm sugerido um papel adicional desta terapia
como tratamento neoadjuvante, onde a cirurgia, com intenção curativa,
não estaria indicada. Em alguns casos, o tumor pode tornar-se passível
de ressecção cirúrgica completa após o uso desta terapia.
• Dose a ser ministrada: São realizadas ao menos 4
aplicações de 7,4 GBq (200 mCi) de Octreotato DOTA177Lutécio, com
intervalos de 6 a 10 semanas entre as mesmas. Esta é a dose do adulto.
• Logo antes da aplicação de cada dose de
Octreotato-DOTA177Lutécio, é administrada uma medicação específica
que previne náuseas e vômitos, além de uma solução rica de
aminoácidos para proteção renal. Todo este processo tem duração de
aproximadamente quatro a cinco horas.
• Disponibilidade do OctreotatoDOTA177Lutécio no setor de Medicina Nuclear: Existe programação de distribuição quinzenal para os Serviços de
Medicina Nuclear. Portanto, é necessário agendamento do tratamento com
certa antecedência.
• Acompanhantes: São necessários apenas para os
pacientes que necessitam algum tipo de auxílio, como é o caso de
mobilidade. Como o tratamento não promove alteração de sensório
(sonolência, dificuldade visual, tontura), não é necessário que
familiares acompanhem o paciente.
• Coleta de exames laboratoriais: Serão realizados
de acordo com a necessidade e a critério do médico nuclear e do
médico assistente que acompanham os pacientes.
• Imagens após a terapia: Serão realizadas imagens de corpo inteiro do paciente, 24 horas após cada ciclo da terapia.
• Após a realização de cada ciclo da terapia serão dadas orientações específicas de radioproteção.
Como devo me preparar para a terapia?
1) Além do estudo mostrando captação satisfatória
do análogo da somatostatina radiomarcado (cintilografia ou PET), é
interessante que o paciente possua um estudo anatômico (TC ou RM)
realizado com uma antecedência máxima de 3 a 6 meses antes da primeira
aplicação.
2) Este exame estrutural será imprescindível para a
avaliação da resposta anatômica, após concluídas as aplicações do
Octreotato-DOTA177Lutécio. Em pacientes com função renal previamente
comprometida e história de cálculo/obstrução renal, uma
cintilografia renal dinâmica com DTPA99mTc será solicitada. É
necessário suspender Sandostatin subcutâneo por 24 horas e Sandostatin
de longa duração (LAR) 4 semanas antes da realização da terapia.
Não se conhece nenhuma outra medicação que interfira com o
tratamento.
3) Nos casos em que a interrupção for impossível ou
não recomendada devido à intensidade dos sintomas clínicos, o
tratamento pode ser realizado sem a suspensão, desde que a
cintilografia ou PET com análogos de somatostatina tenha demonstrado
captação suficiente nas mesmas condições.
4) Não existe qualquer restrição alimentar e não é necessário jejum.
Quais são os riscos e efeitos colaterais do tratamento?
• Mielotoxicidade: O radiofármaco pode causar, em alguns pacientes,
alterações hematológicas. O paciente será sempre acompanhado por
exames de sangue rotineiros para controle dos possíveis efeitos
colaterais. Ressalta-se que na maioria das vezes estas alterações são
transitórias. As alterações no exame de sangue podem ocorrer 2 a 3
semanas após a administração deste tratamento.
• Efeitos colaterais mais comuns: Náuseas, vômitos e discreta perda de cabelo de caráter transitório.
• Contraindicações ao tratamento com material radioativo: Está
contraindicada nos casos de anemia e leucopenia grave, sendo os valores
avaliados pelo médico responsável, assim como em gestantes. Outras
contraindicações absolutas e relativas são avaliadas caso a caso.